Uma Poesia



Cálculos Aerodinâmicos

Perfil Clark Y

O perfil Clark Y equipa a maioria das aeronaves. O coeficiente de arrasto desse modelo de aerofólio é plenamente compensado por seu gradiente da sustentação, daí a escolha quase unânime do mesmo. Para esclarecer os colegas que queiram desenvolver esses perfis, publico abaixo os cálculos para a sua confecção.


PN=ponto neutro (bordo de ataque) Todas as medidas estão expressas em milímetros O aerofólio aqui representado tem uma corda de l600 mm ou l,60 m. Se você desejar um aerofólio maior ou menor, calcule a porcentagem a maior ou a menor e aplique sobre esses cálculos básicos. As referências das estações são medidas a partir do PN.


Costumo utilizar nas aeronaves que produzo, ângulo de incidência de 4º O perfil Clark Y é um aerofólio assimétrico. A relação entre a sua maior altura e a corda é de l2%. Medida esta de parâmetro ideal.



Perfil NACA 0006
O aerofólio de perfil NACA é simétrico. As vantagens sobre o perfil Clark Y, é a altura menor, portanto menor peso. A relação entre a corda e a altura é de 6%. Esse aerofólio é mais indicado para aeronaves de maior velocidade, contudo, os resultados são bons em aeronaves de menor velocidade, necessitando que se dê atenção ao Ângulo Achalt, dispositivo esse que veremos mais adiante. Publicamos abaixo, tabela para que os colegas aficcionados possam desenvolver o modelo do perfil.




Oportunamente estaremos orientando aos colegas a respeito de âgulo de incidência, ângulo de diedro, âgulo achalt, sobre os modelos de asas, baixa, média, alta e para-sol. Estaremos a discorrer também sobre a confecção das matrizes de madeira para estampar aerofólios.

AEROFÓLIOS

Aerofólios são estruturas aerodinâmicas que reagem com o vento induzido ou vento relativo criando trabalho. Criam sustentação em vôo ou criam forças que dirigem o vôo. As asas são dispositivos sustentadores por excelência. Ailerons, flaps, profundores, leme são dispositivos aerodinâmicos - que reagem com o ar - gerando trabalho.

Os limites dos aerofólios existem em função, principalmente da velocidade.

Em relação as hélices, dispositivo aerodinâmico que cria sustentação em sentido vertical, com seu funcionamento igual a das asas, intradorso e extradorso, é a estrutura focada nessa nossa explanação.

O limite para a hélice é o da velocidade supersônica de suas pontas.

Como fazer esse cálculo?

Calculemos o perímetro da hélice.

Em uma hélice de l,60 m. de diametro teremos o seguinte:

2Py x R, o que dá um perímetro de 5,02 metros, ou seja, a cada volta, a ponta da hélice percorre um trajeto de 5 metros. Se essa hélice estiver trabalhando com 2600 rpm, teremos em um minuto a distância percorrida pela ponta de l3.000 metros. Em uma hora, a ponta dessa hélice terá percorrido 780 Km., portanto bem abaixo da velocidade que tornará o aerofólio ineficiente por stol de sobrevelocidade, que ocorre quando as pontas da hélice atingem velocidade superior a l234 Km/h. Portanto, é necessária atenção quanto ao diâmetro do disco da hélice e a RPM de serviço. 

Esclarecimentos totais sobre hélices podem ser obtidas com o Sr. Orlei Sérgio Czelusniak: 
Tel.: 0xx-42-3223-20l5



2Py.R = perímetro . RPM . 60 (minutos)

ÂNGULO DE INCIDÊNCIA

Ângulo de incidência é a referência angular que surge entre a linha longitudinal da aeronave e a linha de ataque do aerofólio.

Vejamos:


O ângulo de incidência, ou ângulo de ataque, permite uma atitude a aeronave que influencia diretamente na decolagem e no cruzeiro do aparelho. Nas aeronaves de nossa construção, costumamos utilizar ângulo de incidência igual a 4º. Esse ângulo pode ser maior ou menor, mas a nossa experiência tem demonstrado ser excelente a adoção do valor referido.

Conforme instalamos o ângulo de incidência, é necessário instalarmos também o ângulo achalt.A asa necessita de uma torção em sua ponta, a qual diminue o ângulo de ataque na mesma, evitando que o aerofólio entre em stol na ponta. Quando utilizamos ângulo de incidência de 4º, utilizamos 2,5º no ângulo achalt. Vamos rebatendo as últimas nervuras, a partir de 60% da asa, até chegarmos a diferença angular desejada na ponta do aerofólio. Costumo usar a técnica de, ao fixar as nervuras na longarina, ir, conforme relatamos acima, ir deslocando o centro de fixação para baixo, até obtermos o ângulo necessário na ponta.

 
biz.